O ESPÍRITO SANTO

Estudo XIII - O Espírito Santo nos Últimos Dias


 
Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele" (Isaías 30:21).

"Foi pela confissão e abandono do pecado, por fervente oração e consagração de si mesmos a Deus que, no dia de Pentecostes, os primeiros discípulos se prepararam para o derramamento do Espírito Santo. A mesma obra, mas em maior grau, deve ser feita agora. Naquele tempo, o agente humano só teve que pedir a bênção, e esperar que o Senhor cumprisse o trabalho a esse respeito. Foi Deus quem começou a obra, e Ele a terminará, tornando o homem perfeito em Jesus Cristo. Mas não deve haver negligência da graça representada pela chuva temporã. Só os que estiverem à altura da luz que têm receberão maior luz." –  Advent Review and Sabbath Herald, 2 de março de 1897.

O Espírito nos últimos dias
"E acontecerá, depois, que derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o Meu Espírito naqueles dias" (Joel 2:28 e 29).

As palavras de Joel aqui são algumas das mais empolgantes em toda a Escritura. Elas apontam para um tempo em que o Espírito Santo será derramado de modo poderoso, como foi no Pentecostes. Esse derramamento, porém, não acontece sem causa; é parte de um único propósito: levar o povo a um conhecimento salvífico de Jesus Cristo. Este ponto se torna especialmente claro no discurso de Pedro no Pentecostes, em que, depois de citar esses versos de Joel, ele começou a pregar sobre Jesus Cristo (Atos 2:22-24).

Joel 2:28 diz, também, que Ele derramaria Seu Espírito sobre "toda a carne". Isso não significa que "toda a carne" responderá com a rendição e a humildade necessárias para receber a bênção do Espírito. Pela ação do Espírito Santo, o Senhor pode tocar em cada coração com convicção. A Bíblia diz: Jesus é "a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem" (João 1:9). Infelizmente, nem "todo homem" responde como Deus gostaria.

As boas-novas são que todos os que respondem, todos os que fazem essa submissão têm a promessa de vida eterna em Cristo.

O Pentecostes e os últimos dias
Joel fala de um abundante derramamento do Espírito de Deus sobre Seu povo, de jovens tendo visões, velhos sonhando e filhos e filhas profetizando. Ele até fixa o tempo para esta experiência: haverá fenômenos cósmicos com o Sol escurecendo e a Lua se transformando em sangue. Os desastres na Terra são descritos simbolicamente como "sangue, fogo e colunas de fumaça" (v. 30). Tudo isso deve vir imediatamente antes do "grande e terrível Dia do Senhor" (v. 31).

Pedro e outros crentes cristãos da primeira igreja consideravam a primeira vinda de Cristo como "os últimos dias" (1 Cor. 10:11; Heb. 1:2; Hebreus 9:26; 1 Ped. 1:20) e aplicou a profecia de Joel à experiência do Pentecostes (Atos 2:16-21), ligando o dom de profecia ao dom de línguas.

Que imagem Joel usa para o derramamento do Espírito Santo? Joel 2:23 

A profecia de Joel sobre a vinda o dom profético é dada no contexto das chuvas temporã e serôdia (Joel 2:23-32). A chuva refrescante e vivificante do outono, que permitia que a semente brotasse e germinasse, é chamada de chuva temporã. A chuva da primavera, que amadurecia o grão e o aprontava para a colheita, é chamada de chuva serôdia. Este fenômeno no ciclo agrícola palestino é símbolo do refrigério espiritual que Deus dá a Seu povo por intermédio do Espírito (Oséias 6:3). Pedro, crendo que vivia nos últimos dias, experimentou a chuva temporã. A chuva serôdia ainda está para vir sobre o povo de Deus no tempo do fim.

O que devemos entender por chuva serôdia?     "Ao avizinhar-se o fim da ceifa da Terra, uma especial concessão de graça espiritual é prometida a fim de preparar a igreja para a vinda do Filho do homem. Esse derramamento do Espírito é comparado com a queda da chuva serôdia." – Atos dos Apóstolos, pág. 55.

A chuva serôdia

"Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas" (Tiago 5:7).

Joel pronunciou sua profecia no contexto da "chuva". Os termos chuva, chuva temporã e chuva serôdia, foram emprestados pelos escritores hebreus no contexto de suas estações agrícolas. A primeira chuva, ou temporã, caía no sétimo mês, normalmente logo após a Festa do Tabernáculos. Isso correspondia ao outono do hemisfério norte, ou setembro/outubro. Para os israelitas, nessa estação, os campos eram arados para a sementeira da cevada e do trigo. A chuva serôdia caía logo antes da colheita do grão, em março e início de abril. Essa chuva permitia que o grão se enchesse e amadurecesse para a colheita.

Essas palavras são usadas pelos escritores da Bíblia para simbolizar grandes períodos de refrigério espiritual com relação à pregação do evangelho. O que importa é que, para a colheita ser feita, havia a necessidade de ambas as chuvas.

O propósito da "chuva serôdia" espiritual é semelhante à natural: deve preparar a colheita. Que imagem poderosa a respeito do trabalho que o Espírito Santo está por fazer entre Seu povo, pois foi este que Deus usou para pregar ao mundo a mensagem do evangelho! "Embora acariciemos as bênçãos da primeira chuva, não devemos, do outro lado, perder de vista o fato de que sem a chuva serôdia, para encher a espiga e amadurecer o grão, a colheita não estará pronta para a ceifa, e o trabalho do semeador terá sido em vão. Necessita-se da graça divina no começo, da graça divina em cada passo de avanço; só a graça divina pode completar a obra." –  A Fé Pela Qual Eu Vivo [Meditações Matinais, 1959], pág. 334.

O refrigério

"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie Ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus" (Atos 3:19 e 20).

Examine esta incrível declaração de Pedro. Note como ele relaciona o arrependimento e a conversão com os "tempos de refrigério". Em outras palavras, o que acontece em nosso coração está relacionado com o derramamento do Espírito Santo. Nunca devemos esquecer a realidade dessa íntima relação entre o Céu e a Terra.

A declaração de Pedro contém um elemento temporal mais definido. Sob inspiração, Pedro se refere a grandes eventos dos últimos dias da Terra – o poderoso derramamento do Espírito de Deus e a remoção final dos pecados dos justos – que estão ligados a um terceiro clímax, o segundo advento de Cristo.

Por que sabemos que as mensagens dos três anjos precedem imediatamente a segunda vinda de Cristo? Como vemos nestes versos as evidências de um poderoso derramamento do Espírito Santo? Apoc. 14:6-16

Em todos estes textos, vemos a evidência do Espírito Santo trabalhando por Seu povo, não só a fim de prepará-lo para pregar o "evangelho eterno" (v. 6) ao mundo, não só para advertir os outros contra a adoração da "besta" (v. 9) mas também para prepará-los para permanecerem como os que "guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus" (v. 12).

O alto clamor

Embora, no Pentecostes, tenhamos visto um derramamento poderoso do Espírito Santo, cremos que nos últimos dias veremos algo ainda mais poderoso. O mundo inteiro precisa conhecer a verdade do Senhor Jesus no contexto dos três anjos de Apocalipse 14, em lugar das falsas doutrinas de Babilônia, que levam à marca da besta.

Assim, cremos que bem no fim, de modo notável, o Espírito Santo trará Seus dons para a igreja. Ele terá que fazer isso; de outro modo, os eventos finais, como retratados na profecia, nunca terão lugar.
 No Apocalipse, que evidência temos dos resultados desse derramamento do Espírito Santo na igreja? Apoc. 18:1-5

Este "alto clamor" se estende a todos os lugares, enquanto o Senhor usa Sua igreja para chamar todo o Seu povo para sair de Babilônia, dos falsos sistemas religiosos e políticos do mundo, unidos sob algum poder perseguidor. Esse clamor contém o último apelo para escapar das últimas pragas (Apocalipse 15) e encontrar abrigo sob os braços de Jesus, o Salvador. Na batalha final entre os seguidores do Cordeiro e os seguidores da besta, Cristo será exaltado pelo poder pentecostal renovado que deve ser derramado sobre a Terra pelo Espírito Santo. Nesse momento, veremos a colheita da chuva serôdia.

Assim, nos últimos dias, a consumação da cruz e a obra da cruz chegarão ao seu epílogo. Todos os mortos em Cristo ressuscitarão (1 Tessalonicenses 4:16), e juntamente com os que estiverem vivos, todos seremos tirados deste planeta pecaminoso, de uma vez por todas (v. 17). No fim, veremos em clímax a manifestação da operação do Espírito Santo nos corações, não só dos que são chamados para proclamar esta mensagem mas naqueles que a recebem e que permanecem conosco – não só nos últimos dias contra as forças de Babilônia – mas também no mar de vidro no Céu (Apoc. 15:1-5).

Que dom nos é dado pelo Espírito Santo!

"Não devemos esperar pela chuva serôdia. Ela vem sobre todos os que reconhecem e se apropriam do orvalho e dos chuveiros de graça que caem sobre nós. Quando reunimos os fragmentos de luz, quando apreciamos as seguras misericórdias de Deus, que ama a todos os que nEle confiam, toda promessa se cumprirá." – SDA Bible Commentary, vol. 7, pág. 984.



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