O ESPÍRITO SANTO

Estudo VI - O Batismo no Espírito Santo

 
"E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito" (Efésios 5:18).

Ao longo dos séculos, tem havido muita especulação e discussão na igreja cristã sobre o que significa o "batismo do Espírito Santo". Pelas poucas referências bíblicas, fica claro que se trata do Espírito Santo na vida de uma pessoa que nasceu de novo. Sem o impulso do Espírito, ninguém pode experimentar o novo nascimento; os que tiveram essa experiência foram batizados com o Espírito Santo

Em Atos 1:5, Jesus disse aos Seus seguidores que seriam batizados com o Espírito Santo; os eventos espetaculares do Pentecostes, dez dias mais tarde, parecem o cumprimento óbvio de Suas palavras (veja Atos 2), quando muitos aceitaram Cristo e se tornaram seguidores do Messias, nascidos de novo.

Uma coisa é certa: Qualquer pessoa que se tenha rendido em fé e obediência ao Senhor Jesus Cristo foi batizada no Espírito Santo. Um cristão amoroso e amável, que se dá em favor dos outros é a maior manifestação desse batismo.

Um só Espírito, um só corpo
De acordo com Paulo, quem é batizado no Espírito Santo? 1 Cor. 12:1-13 

Paulo estava lidando com uma igreja que tinha dificuldades quanto aos dons espirituais. Em resposta, Paulo exclamou: "Não estejam divididos acerca deste assunto". Ou, como ele mesmo expressou: "Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito" (1 Cor. 12:13).

Em algumas versões, lê-se que fomos batizados "por" um só Espírito. Essa palavra também pode ser traduzida como "em" um só Espírito. Deste modo, os crentes genuínos são batizados em um só Espírito no corpo de Cristo (v. 13), que é a igreja. Um ponto é claro: Todos os crentes compartilham a realidade de serem batizados pelo Espírito, e esse fato nos torna parte do corpo de Cristo, a igreja.
 Idealmente, o batismo no Espírito, ou conversão, precede o batismo da água. O batismo da água é uma demonstração exterior da mudança que já ocorreu no coração. O verdadeiro crente nasce pelo Espírito (João 3:5 e 6); o Espírito é o agente selador (Efés. 1:13, 14); e o Espírito foi dado como penhor (garantia) e lembrança de que pertencemos a Deus (2 Cor. 5:5).

Qual é a importância de que o Espírito Santo habite em nós? Rom. 8:9 

Ao aceitar pessoalmente a Jesus como nosso Salvador, recebemos o Espírito como um dom, ou garantia, celestial de completa salvação. O fato de que Ele habita em nós se torna uma constante garantia e lembrança de que algum dia, no futuro, Jesus não apenas habitará dentro de nós; haveremos de habitar com Ele e com os anjos não caídos em um reino onde não mais seremos tocados pela tentação nem pelo pecado. A fim de nos lembrar constantemente dessa total libertação do reino do pecado, Ele nos dá constantemente Seu Espírito.

Todo verdadeiro crente, desde o Pentecostes, recebeu a garantia do Espírito, que é a mesma experiência do batismo do Espírito. A pergunta importante para nós é: Quão dispostos estamos a receber o Espírito?

A culpa e o Espírito

"Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?" (Atos 2:37).

Pense na ação descrita pelo texto acima. Ao ler os versos anteriores em Atos 2 (começando no v.14), você poderá ver claramente o que estava se passando. Pedro, citando o Antigo Testamento, pregou sobre a morte, ressurreição e ascensão de Jesus. Ele estava expondo o plano de salvação.
 Note, também, a resposta imediata desses homens. Era alegria? Felicidade? Ao contrário, eles "ficaram aflitos em seu coração" (NVI). O verbo grego significa "perfurar", e a idéia do texto é que eles ficaram angustiados, sofreram, sua consciência ficou perturbada. E não é de admirar, especialmente quando você lê o verso 36. Em certo sentido, todos somos tão culpados quanto esses homens, no sentido de que, em última instância, foram os pecados de todos nós que levaram Jesus à cruz.
 Não obstante, a idéia é clara: foi a culpa, foi a tristeza, foi a dor que ajudou a levá-los para onde precisavam estar.

Segundo Paulo, qual é a diferença entre a tristeza que produz vida e a que produz morte? 2 Cor. 7:9-11. Qual foi o resultado da aflição dos ouvintes de Pedro? Atos 2:41

Neste contexto, é mais fácil entendermos as palavras de Cristo: "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos Céus" (Mat. 5:3). Por mais que o evangelho seja uma mensagem de alegria, paz e esperança, o processo de salvação, de arrependimento e de santificação envolve algum sofrimento de nossa parte (Atos 14:22). Realmente, um dos atos do Espírito Santo é levar-nos à convicção do pecado (João 16:8), e isso pode acontecer apenas até o ponto em que nosso coração seja "perfurado" pela realidade de quão pecaminosa tem sido nossa vida.
O arrependimento e o Espírito

"Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2:38).

Embora Pedro tenha prometido o dom do Espírito Santo aos que se arrependem e são batizados, eles foram levados ao arrependimento unicamente pela ação do Espírito Santo. Assim, podemos ver aqui a realidade do Espírito Santo trabalhando em cada fase da relação da pessoa com seu Criador.
Arrependimento é mudança de mente e de vida. As palavras traduzidas por "arrependimento", tanto no hebraico como no grego, envolvem a idéia de mudança, especialmente mudança de mente e de direção. É o reconhecimento de que você estava errado, reconhecimento que leva não só à tristeza mas à mudança, uma volta para a Fonte de vida e compreensão moral. O arrependimento, o verdadeiro arrependimento (2 Cor. 7:10), é uma evidência poderosa de que a pessoa foi tocada no batismo do Espírito Santo.

Leia qual é o papel do Espírito Santo em nos conduzir ao arrependimento. Rom. 2:4; João 15:26; João 16:13, 14

O Espírito Santo é o representante de Cristo aqui na Terra. Unicamente mediante Seu trabalho de revelar-nos a verdade sobre Cristo pode alguém ser levado à convicção e, conseqüentemente, ao verdadeiro arrependimento. Unicamente através do poder do Espírito podemos ser movidos a tomar a decisão consciente de render nossos caminhos pecaminosos e viver em submissão ao Senhor. Revelando-nos o amor de Deus, o Espírito nos toca e nos dá o único motivo verdadeiro para desejar servir a Deus: um coração agradecido que ama esse Deus que nos amou primeiro (1 João 4:10).

Mas o verdadeiro amor a Deus não pode ser forçado. O Espírito vem e nos toca; temos a liberdade de render-nos aos Seus apelos ou nos afastar deles. No fim, a escolha é nossa, e só nossa.

A obediência e o Espírito
Qual foi a resposta dos judeus ao testemunho de Pedro? Atos 2:37.

"Nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que Lhe obedecem." (Atos 5:32). Como este texto sugere, obediência é um dos pré-requisitos para se receber o Espírito Santo. Por mais que sejamos salvos pela fé, por mais que seja a justiça de Cristo creditada a nós que nos salve das conseqüências finais do pecado, não podemos viver em desobediência ao Senhor. O Espírito foi dado para nos trazer convicção, convicção que nos levará à obediência. Outra coisa qualquer é falsificação.

Quando viveu entre nós, Jesus advertiu Seus seguidores a obedecerem a Deus, andar nos Seus mandamentos, amar e perdoar uns aos outros como Deus nos ama e perdoa. Como seria tolo crer que o Espírito Santo, que está aqui em Seu lugar, nos ensinaria outra coisa. Os que alegam ter o "batismo do Espírito Santo" e usam, por exemplo, "o falar em línguas" como prova desse batismo, mas vivem em desobediência aos mandamentos de Deus, estão enganando a si mesmos. A maior prova de que vivemos pelo Espírito é uma vida em fé e obediência a Deus.

A fé e o Espírito
Os que se rendem à influência do Espírito Santo serão levados ao que Paulo chama de "obediência por fé" (Rom. 16:26). Porém, sendo verdade que os que são salvos em Cristo obedecem, e sendo que a salvação é inseparável da obediência, as pessoas podem cair facilmente na armadilha de confundir os resultados da salvação (obediência) com o meio de salvação (fé em Cristo). Este era o problema dos gálatas.

Que repreensão Paulo dirigiu aos gálatas? Qual é a relação entre Espírito, obediência e fé? Gal. 3:1-11

O Espírito Santo deve guiar as pessoas a "toda a verdade" (João 16:13); o centro de "toda a verdade", evidentemente, é Cristo e Ele crucificado (1 Cor. 2:2). A maior e mais importante de todas as verdades é que Jesus Cristo morreu pelos pecados do mundo, que no Calvário Ele pagou a penalidade por todo pecado humano, e que qualquer pessoa pode, pela fé, ser perdoada de seu pecado e apresentar-se perfeita diante de Deus. É um pensamento central dessa verdade que não há nenhum trabalho que qualquer ser humano possa fazer, até mesmo as obras da lei, que possa expiar seus pecados e trazer perdão (Rom. 3:20; Gal. 2:16). Esse perdão e essa expiação só podem existir por meio de Jesus e se tornam eficazes na vida dos que crêem; isto é, aqueles que os reivindicam para si mesmos pela fé (Gal. 3:5 e 6). Deste modo, o próprio Espírito Santo, que nos guia em direção à obediência, é o mesmo que nos ajuda a entender a grande verdade da salvação somente pela fé. É evidente que os gálatas estavam de alguma forma perdendo de vista essa grande verdade.

"Permita que Cristo trabalhe pelo Seu Espírito e o desperte como se o despertasse dentre os mortos, que ponha a sua mente em afinidade com a dEle. Permita-Lhe empregar suas faculdades. Criou Ele cada uma de suas capacidades para que melhor pudesse honrar e glorificar o Seu nome. Consagre-se a Ele, e todos os que se relacionam com você verão que suas energias são inspiradas por Deus, que as suas mais nobres faculdades são chamadas à ação para fazer o serviço do Senhor. As faculdades uma vez usadas para servir o eu e promover princípios indignos, e que uma vez serviram como instrumentos de propósitos injustos, serão levadas em cativeiro a Jesus Cristo, e se unirão à vontade de Deus." – Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 396.




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